Neste mês de junho (e início de julho) o mundo “respirará futebol”. É a tão esperada Copa do Mundo, realizada na África do Sul. Trinta e dois países representados por suas seleções. Milhões de pessoas não medirão esforços para assistir aos jogos – o que farão de olhos bem atentos. No Brasil não será diferente. Órgãos públicos, indústria, comércio, escolas, trabalhadores autônomos, rurais, etc., estarão cumprindo horários alternativos para que todos tenham a oportunidade de assistir as partidas. O futebol parece correr nas veias dos brasileiros, e agora mais ainda. E mesmo aqueles que não são tão assíduos do futebol, pararão para acompanhar este evento, ou ao menos para dar uma espiadinha.
A Seleção Brasileira de Futebol é a única com participação em todas as edições do mundial. Com um aproveitamento invejável às outras seleções. Cinco títulos! Ou seja, é a única que pode deixar o continente africano sagrando-se hexa-campeã. E o Brasil inteiro, vive a perspectiva de ver sua seleção trazendo mais uma vez a caneca.
O cristão também vive uma copa do mundo. É uma competição diferente da disputada pela seleção canarinho. Na verdade ela não é disputada, mas vivida. Todos são convocados, ninguém é deixado de fora. Não importa se há muitas contusões causadas pelo jogo duro do pecado e do diabo. O técnico é generoso, amoroso e diz, “venham a mim, todos os que estão cansados de carregar as suas pesadas cargas, e eu lhes darei descanso” (Mt 11.28). E quando seus jogadores estão fracos ele é quem os fortalece, “Eu lhes dou forças e os ajudo; eu os protejo com a minha forte mão” (Is 41.10).
Assim como os “reis do futebol”, o cristão também vive na perspectiva do título, do troféu que receberá. Porém, sua esperança não se limita a esse mundo, a coisas passageiras que perdem o seu valor, que traças e ferrugem podem destruir ou o ladrão roubar (Mt 6.20). Uma das estrelas do “selecionado da salvação”, o apóstolo Paulo, lembra que a esperança do cristão está firmada em Cristo como seu salvador, que virá para lhe buscar, “somos cidadãos do céu e estamos esperando anciosamente o nosso Salvador, o Senhor Jesus Cristo, que virá de lá” (Fp 3.20).
Quando uma seleção entra em campo “de salto alto”, fatalmente será surpreendida pelo adversário. Em se tratando de Copa do Mundo, o “já ganhou” não pode entrar em campo. Na vida do cristão também é assim. Sua batalha espiritual é diária. Para estar preparado, ele precisa se exercitar diariamente na Palavra de Deus, na oração, no testemunho, na comunhão com os irmãos na fé. Para não entrar “de salto alto”, precisa pensar de forma similar a Paulo, “continuo a correr para conquistar o prêmio [...]. É claro que eu não penso que já consegui isso. Porém uma coisa faço: esqueço aquilo que fica para trás e avanço para o que está na minha frente. Corro 
diretamente para a linha de chegada a fim de conseguir o prêmio da vitória. Esse prêmio é a nova vida para a qual Deus me chamou por meio de Cristo Jesus” (Fp 3.12-14).
O cristão enfrentará muitas entradas duras em sua vida, muitas delas talvez sejam desleais. Porém, pode sempre ter em mente a promessa daquele que o escalou, “Sejam fiéis, mesmo que tenham de morrer; e como prêmio da vitória, eu lhes darei a vida” (Ap 2.10).
O Brasil vive a perspectiva do hexa. Apesar das tantas especulações e palpites, ninguém, nem mesmo os brasileiros, tem como saber se a seleção canarinho será a campeã. O cristão, por outro lado, sabe e tem a certeza de que em e por causa de Cristo já é seu o prêmio da vitória, a eterna salvação.
Rev. André S. Dreher
